domingo, 15 de maio de 2011

Doce Veneno - parte 1 "Truque ao avesso"


Joguei algo em sua bebida, algo que a faria mudar de opinião, algo que a transformaria em outra pessoa, ela se quer tinha percebido, tinha batido na cereja em seu corpo e derretido até o fim, mas como eu a distraia com palavras, ela não deu atenção ao copo, algo que seria um deslize, algo que ela não deveria ter feito, pois estava arriscando sua vida, e assim sua sanidade.

Ela deveria ter a imagem de um bom rapaz em sua cabeça, mas não, eu não era um bom rapaz, eu as seduzia e roubava tudo, isso mesmo, eu roubava tudo, para mim o chamado "amor" é um simples jogo, e quem sempre sai ganhando sou eu, quem sempre sai em primeiro sou eu, quem sempre fica com as boas oportunidades, sou eu, e elas sempre se arriscam.

Sempre chegam perto de mim em um bar, uma festa, ou em algum momento que estejam se divertindo, e sempre é com a mesma bebida, sempre a mesma desculpa, sempre a mesma conversa, mas após alguns segundos essa mudou, essa mudou até sua postura, e até a sua bebida mudou.

- Eu sei o que você botou nessa porcaria. - ela falou arrastando o copo para perto do bar.

- E o que foi? - pergunto sorrindo despreocupado.

- A mesma coisa que eu botei na sua. - no mesmo instante uma tontura se abate sobre mim.

- O que você está fazendo? - perguntei quase caindo.

- Te levando para casa. - então ela segura meu braço e sai do bar junto a mim.

 - Para onde vamos? - eu pergunto entrando num BMW vermelho.

 - Logo você vai saber. - ela fala sorrindo, então eu desmaio e não consigo me lembrar de mais nada.

Eu joguei algo em sua bebida sem ele perceber, queria ver até onde aquele bom rapaz, era tão bom assim. Ele conversava comigo, eu fingi não dar atenção, mas percebi que ele botou o mesmo em meu copo. Então ele queria me ver como uma insana? Ele sabia jogar, eu começava a vê-lo com outros olhos, ele tinha boas armas, cartas na manga, ele queria me ver perdendo a cabeça, me arriscando, me arriscando por ele . Ele me atraía, inegavelmente, mas eu não podia cair aos pés dele, como uma louca. Ou podia. Eu dei um gole, pra ter certeza. Bastou isso, eu já não me sentia a mesma, eu me sentia menos certinha, mas eu não estava insana, apenas mudei de postura e o encarei. Ele sabia como seduzir, até demais. Mas eu o rebati dizendo que sabia o que ele tinha posto na bebida, ele riu despreocupado, falei que era a mesma coisa que eu havia botado na sua, ele começou a sentir o efeito, eu pude ver, ele não esperava por isso, eu o segurei, e levei até o meu carro, ele ainda acordado querendo saber para onde iríamos, depois desmaiou, eu liguei o carro.


Quando eu liguei o carro, eu pensei o nosso destino, eu disse a ele que logo ele saberia, antes de desmaiar no banco da frente, mas o certo é que nem eu sabia qual seria. Mas de toda minha lista, eu escolhi. Minha casa. Em 5 minutos eu estava lá, não era longe do local de onde viemos, ele começara a acordar. Mas caminhamos até a porta juntos, ele ainda estava um pouco fraco, abatido, ou qualquer outra coisa perto disso. Entrei em casa, ajudei-o a sentar no sofá da sala, joguei meu casaco no ar, talvez tenha caído sobre alguma cadeira, ou o tapete, não sei bem.

Liguei a luz da cozinha, e retornei a sala. Ele me olhou diferente, ou como se esperasse alguma atitude a mais de mim. Eu sorri. Agora que eu entendia seu jogo, resolvi jogá-lo também. Mas nunca fui do tipo de lançar a primeira peça.

- Então quer dizer que eu encontrei alguém como eu? - pergunto sorrindo ainda um pouco desnorteado.

- Eu acho que não. - ela falou sorrindo e se sentando numa cadeira a minha frente.

 - Você faz a mesma coisa que eu e não e assim? Como eu. - falo sorrindo.

- Não, eu simplesmente sou melhor. - ela flou sorrindo.

- Tem certeza? - falei me levantando.

Aproximei-me de sua cadeira vagarosamente, olhei em seus olhos, sorri som o canto da boca, segurei com cada mão um braço da cadeira, aproximei meu rosto do seu, podia sentir o vento quente que exalava suavemente de suas narinas, ela queria aquilo tanto quanto eu, agora já não era uma questão de jogo ou algo assim, era uma mescla de desejo com desafio, eu queria ver se ela era realmente tão boa.

Levei uma de minhas mãos ao seu rosto, toquei seus lábios com um dedo, sendo o mais suave possível, sorri maliciosamente, desci meu dedo vagarosamente pelo seu queixo, quando eu sabia que era a hora, puxei suavemente, com apenas um dedo, o rosto dela mais para perto, ela sorria.

- Você é mesmo melhor? - perguntei sendo provocativo e tocando levemente os seus lábios - Ao menos me diga o seu nome.

- Ashley, e o seu senhor mistério? - sorri levantando a sobrancelha.

- Acho que não seria tão interessante no momento. - sorrio me aproximando de seus lábios.

- Seria sim - pus o dedo entre minha boca e a dele, meio que empurrando de leve aqueles lábios, tão... Tão, alguma coisa boa, era esse o breve espaço entre nós, como se podia ver.

- Porque você não faz merecer o meu nome? - pergunto sendo provocativo o bastante para fazer-la tirar o dedo que nos separava.

- O que eu poderia fazer para merecer? - levantei a sobrancelha novamente, era como se eu pudesse provocá-lo assim, e eu gostava disso

- Porque você não vai tentando? - perguntei querendo saber do que aquela linda mulher era capaz
- Eu aposto que eu iria gostar de certas coisas.

Não pude evitar, e sorri, virei o rosto para o lado, um pouco sem graça, senti ele se aproximar ainda mais, voltei meu rosto ao lugar onde estava e deveria ficar, agora os nossos nariz já se tocavam

- Tipo? - falei olhando em seus olhos.

- Tipo... - eu puxei seu rosto com apenas o dedo em seu queixo, toquei seus lábios, esperando o sinal para intensificar tudo.

Eu correspondi, e em instantes aquele beijo suave se transformara em algo maior.

Nossas línguas se enroscavam, trocavam caricias, e em alguns instantes se tornavam apenas uma, envolvi sua cintura e a puxei para cima, ela cedeu e agora estava em pé e nós não parávamos de nos beijar, desci a mão por suas costas, levei suavemente e sua bunda, alisei aquela parte com cuidado, e então puxei sua perna para cima, fazendo ficarmos encaixados perfeitamente.

- Eu tenho minhas habilidades. - falei sorrindo e olhando em seus lindos olhos castanhos.

- Eu percebi. - Ashley sorriu respirando rapidamente.

Continuamos a nos beijar intensamente, não conseguíamos parar, eu sentia o calor que emanava de seu corpo, ultrapassava todas as barreiras, querendo ou não ela estava se deixando levar pelo desejo.

O beijo era intenso, era como o doce com amargo, todas as sensações boas pareciam queimar, e assim, crescer. Eu sabia que ele me queria, assim como eu o queria, e resolvi provocá-lo. No auge daquele beijo, eu o empurrei de leve, afastando-o de mim, ele me olhou esquisito, eu puxei-o para perto.

- Vai me dizer seu nome agora? - Ele tentou me beijar, eu me esquivei.

- Hm. Talvez - Ele pôs a mão nos meus cabelos e me puxou pra perto dele, isso era extremamente bom, mas eu não cederia tão fácil, ainda deixei escapar um leve sorriso, mas voltei a me afastar.

- Então é assim? - ele falou com um sorriso provocativo.

- É - falei.

- Você não vai conseguir se afastar mais. - falei provocando-a

- Você me quer, isso é inevitável. - me aproximei ajeitando o seu cabelo atrás de sua orelha, aquelas longas ondulações loiras - Você é linda.

Sorri e afastei o seu cabelos, tirando-o do pescoço, deixando toda aquela beleza branca exposta, e eu poderia ter aquilo para mim. Suavemente encostei meus lábios em seu pescoço, escutei um leve gemido e todo o seu corpo de arrepiou, eu sorri, e dei uma leve mordida, senti sua respiração em meu pescoço, beijei o lugar suavemente e comecei um movimento de mordida e um leve puxão.

Subi vagarosamente para os seus lábios, e então ela cedeu, cedeu ao desejo, deixando-se guiar pelas minhas mãos, e cantando a mesma canção que a minha língua, dançado a mesma musica que meu corpo.

Era realmente difícil resistir a toda aquela tentação, talvez fosse mais forte que eu. Quando ele encostou os lábios no meu pescoço, eu sabia que tinha perdido todo o controle da situação, meu nariz encostou-se ao seu pescoço, ao mesmo tempo e eu senti seu cheiro, eu queria tanto aquilo pra mim, aquele cara desconhecido, pra mim. Estávamos envolvidos, era mais que um joguinho de sedução, um desafio ou efeito da bebida.

Quando paramos, eu voltei a perguntar:

- Qual o seu nome?

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